O poeta é aquele pamonha
Que, enquanto os homens normais
Vivem, se desmancha em ais
E apenas vive o que sonha.
O poeta é aquele cretino
Que, para os jovens casais
Que dançam danças sensuais,
Canções toca em seu violino.
O poeta é aquele coitado
Que, tendo sido enjeitado
E sofrido hipocrisia,
Mesmo morto e sepultado,
O nome do ser amado
Docemente balbucia.
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