Tenho pensado em mudar-me para a loja. Aos domingos - dias em que abri-la seria quase como pedir que me enfiassem numa camisa de força -, atormenta-me a saudade dos meus objetos queridos, daquele sachê de açúcar que recolhi disfarçadamente, daquele pedacinho de rótulo que ela arrancou de uma garrafa e que peguei como se fosse jogá-lo fora. O amor vive só - e ainda - nessas miudezas que, tocadas, fazem o coração bater como os tambores de mil antropófagos celebrando uma ceia.
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