Sejamos justos. O amor,
Para dizer a verdade,
Não tem a ânsia da crueldade
Nem ganas de malfeitor.
O amor é só um bebê
Que encharca de mijo a cama,
Resmunga, embirra, reclama,
Sem ter quê e nem por quê.
É turrão, abominável.
Nós, entretanto, o julgamos
Tão terno, meigo, adorável.
E, por ser assim gracioso,
Que ele nos mate deixamos,
Por matar-nos tão gostoso...
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