"Apenas a ti, heroína, a tua luz te mantém na luz
E a tua paciência, amável, te mantém no amor;
E nem sequer estás só; estás acompanhada nos teus jogos,
Onde quer que floresças e descanses entre as rosas do ano;
E o próprio Pai te envia ternas canções de embalar
Pelas mãos de musas que respiram suavidade.
Sim, é ela mesma! Ainda vejo diante dos meus olhos a Ateniense,
Em corpo inteiro, pairando e aproximando-se em silêncio, como dantes.
Espírito amável! E tal como da fonte dos teus pensamentos serenos
O teu raio de luz recai, abençoando, sobre os mortais;
Do mesmo modo mo demonstras e dizes, para que eu a outros
O repita, pois também outros há que o não creem,
Que a alegria, mais imortal do que os cuidados e a fúria,
Num dia áureo se tornará por fim quotidiana."
(De Elegias, tradução de Maria Teresa Dias Furtado, edição da Assírio & Alvim, Lisboa.)
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