"Há pessoas que observam pássaros, navios, estrelas. A mim coube este banal mister de espiar a vida alheia. Não me entrego a ele por inclinação à curiosidade ou por gosto da bisbilhotice. Me aplico a tão estranho encargo pela razão trivial de que não escrevo apenas ante uma folha de papel em branco, uma tela iluminada de computador. Escrevo em cada hora e segundo, lendo, dirigindo, sonhando, batalhando na dura estiva da sobrevivência."
(Extraído da crônica "Ritual de sedução", do livro O silêncio do mundo, publicação da AGE Editora.)
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