"Olhou Célia uma rosa que no prado
ostentava feliz a pompa vã
e com enfeites de carmim mui sã
banhava alegre o rosto delicado;
e disse: - Goza, sem temor do Fado,
o breve curso dessa fase louçã,
pois não poderá a morte de amanhã
tirar o que hoje já tiver gozado;
e embora chegue a morte pressurosa
e tua fragrante vida te recolha,
não sintas o morrer bela e mimosa:
vê o que a experiência te aconselha
que é fortuna morrer sendo formosa
e não ver o ultraje de ser velha."
(De Letras sobre o espelho, tradução de Vera Mascarenhas de Campos, edição da Iluminuras.)
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