Não se enganem. Um escritor nunca é tão alheio a vantagens quanto possa parecer. É sempre venal, corrupto, vil. Simula idealismo, assume pose de mártir, mas está sempre pronto para entregar a alma por um Nobel, um Jabuti, uma menção honrosa em Curitiba, dez linhas de louvor num suplemento cultural. Os escritores têm alma de mercador e por um sorriso, por um elogio no
facebook, curvam a espinha e, se os leitores souberem negociar, eles até se ajoelharão para beijar seus pés e proclamar a beleza daquela possível verruga num dos dedos, digna de meia dúzia de beijinhos molhados.
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