"O senso comum costuma considerar os escritores pessoas boas, sensatas e confiáveis. Como sou do ramo, e me conheço, sei que as coisas não são bem assim. Eles são bons só por escrito. Ao vivo, o risco é grande. Eu mesmo procuro evitar ao máximo a convivência com escritores, de modo a me proteger. Mas a lenda das nossas qualidades até que tem sido útil. Frequentemente sou convidado a participar de bienais, feiras de livros, mesas-redondas, atividades culturais. Como os leitores em geral não gostam de ler autores brasileiros, essa é sempre uma saída honrosa. 'Não li o seu livro ainda, mas o senhor fala muito bem!' Outra vantagem dessas viagens é que a gente vê Curitiba de longe e redescobre nossa imagem à distância."
(De Um operário em férias, edição da Record.)
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