quarta-feira, 27 de abril de 2016
17h13
Fechar a loja. O gato que acolhi e passei a chamar de gerente ficará aqui, tomando conta dessas coisas que há muito eu sei interessarem só a mim. É uma loucura, isto: uma loja de lembranças amorosas. Os poucos que entraram aqui, neste ano em que a mantenho, não levaram objeto nenhum, até porque eles não estão à venda. Se Priscylla Mariszka Moskevitch um dia viesse, a ela talvez interessasse uma dessas bugigangas. Mas a ela eu não cobraria nada, só um de seus sorrisos, cuja imagem já se vai apagando. Quem quiser conhecer melhor os detalhes de insanidades como esta, que me acomete, leia O O museu da inocência, de Orhan Pamuk. Mas aviso: é um livro tão pungente que, depois de o ler, eu me senti várias vezes tentado a deixar esta insuportável vida.
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