Até alguns anos atrás, não muitos, eu me atormentava porque desde a adolescência vinha tendo a literatura como meu único interesse e minha única possibilidade de realização, e era como se nada houvesse caminhado sequer um passo. De lá para cá, nada mudou. Não caminhei nem mais um passo, mas já não me importa. Com a minha idade, para que me serviria a glória? Para mostrá-la à Morte, quando vier? Ela certamente sorriria, como se eu fosse um garoto exibindo a medalha conquistada no torneio intercolegial de pingue-pongue. A velhice, quando não nos concede a sapiência, nos traz a abençoada apatia.
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