"Outro poço, uma gruta.
Era-nos fácil dele retirar, outrora, ídolos e adornos.
Assim dando prazer aos amigos que nos eram ainda fiéis.
Partidas as cordas. Sulcos apenas na borda
Lembram-nos a felicidade desaparecida.
'Os dedos na borda', disse o poeta.
Os dedos apalpam o frescor da pedra um instante
E a febre do corpo se espalha na pedra
E a gruta joga sua alma e a perde
A todo instante, em silêncio, sem uma gota."
(Tradução de Darcy Damasceno, coleção Prêmios Nobel de Literatura, Editora Delta.)
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