Dos nove aos dez anos, foi um menino esquisito. Afastou-se dos colegas do colégio e dos amiguinhos da rua. Abandonou o amigo imaginário, justamente quando este, desenganado pelos médicos, mais precisava dele. Falava só de estrelas e com estrelas. Chamava-as de Abigail, Rosana, Maria, Margarete. Contava-lhes histórias que elas retribuíam. Quando ficou evidente que estava trocando o dia pela noite, como se fosse um boêmio ou um poeta infantil, a família levou-o a uma psicóloga. Em três meses estava curado e era novamente um menino chato e promissor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário