"A nova lua ergueu-se sobre Alexandria
Trazendo a antiga nos braços
E nós, caminhando para a Porta do Sol,
Na obscuridade do sol, três amigos.
Quem quer banhar-se hoje nas águas de Proteu?
A metamorfose nós a procuramos em nossa mocidade,
Cheios de desejos saltando como grandes peixes
Em mares na vazante abrupta;
Acreditávamos na potência total do corpo.
Agora a nova lua cresce, estreitando
A lua antiga; e a bela ilha ferida
Repousa em seu sangue, a ilha aprazível, a ilha forte, inocente.
E os corpos como ramos saqueados,
Raízes extirpadas.
Nossa sede
Sentinela a cavalo, parada
Diante da Porta do Sol
Nada sabe pedir: ela se defende
exilada nesse lugar, em qualquer parte,
Junto ao túmulo de Alexandre."
(Tradução de Darcy Damasceno, série Prêmios Nobel de Literatura, publicação da Editora Delta.)
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