"A criança não está morta!
Ela levanta os punhos junto à sua mãe.
Quem grita África! brada o anseio da liberdade e da estepe,
dos coração entre cordões de isolamento.
A criança levanta os punhos junto ao seu pai.
Na marcha das gerações,
Quem grita África! brada o anseio da justiça e do sangue,
nas ruas, com o orgulho em prontidão para luta
A criança não está morta!
Não em Langa, nem em Nyanga
Não em Orlando, nem em Sharpeville
Nem na delegacia de polícia em Filipos,
Onde jazz com uma bala no cérebro.
A criança é a sombra escura dos soldados
em prontidão fuzis sarracenos e cassetetes
A criança está presente em todas as assembleias e tribunais
Surge aos pares, nas janelas das casas e nos corações das mães
Aquela criança, que só queria brincar sob o sol de Nyanga, está em toda parte!
Tornou-se um homem que marcha por toda a África
O filho crescido, um gigante que atravessa o mundo
Sem dar um só passo."
(*) Tradução de Maria Helena D'Eugênio, extraída do blog "Coisas da Ada".
Procurei este poema hoje à tarde, depois de assistir, maravilhado, ao filme Borboletas negras, dirigido por Paula von der Oest, que retrata a vida de Ingrid Jonker.
hoje como ontem, a História repete-se, e Cabo Delgado é o novo inferno. Para quê vivemos nós? uma vela para Ingrid Jonker
ResponderExcluirUma vela para nós, que vivemos neste mundo doente.
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