Escrever foi a sina que me coube
E crendo nessa sina me empenhei
Como pela coroa luta um rei,
Entretanto escrever eu nunca soube.
Derrotado, infeliz, amargurado,
Vencido pela própria incompetência,
Tenho afinal agora a consciência
De que escrever jamais foi o meu fado.
Se fosse, o amor jamais escarneceria
De meus versos, de minha poesia,
Não os submeteria a humilhação.
Se fosse, o amor acaso chamaria
Este texto, que eu chamo de elegia,
De farsa ou de comédia-pastelão?
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