"Ninguém viu a formosura das ruas
até que em pavoroso clamor
o céu esverdeado desabou
em abatimento de água e de sombra.
O temporal foi unânime
e aborrecível aos olhares foi o mundo,
mas quando um arco bendisse
com as cores do perdão a tarde,
e um odor de terra molhada
alentou os jardins,
nos pusemos a andar pelas ruas
como por uma recuperada herdade,
e nas vidraças houve generosidades de sol
e nas folhas luzentes
gravou sua trêmula imortalidade o estio."
(Tradução de Glauco Mattoso e Jorge Schwartz, Obras completas, Editora Globo.)
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