Ela se lembra dele, tolinho, tremendo como um animalzinho que receia e quer ser devorado pela leoa. Ela se lembra dele suplicando com os olhos o beijo. Ela se lembra de haver pensado como seria fácil arrastá-lo depois do beijo pela cidade até a sua toca. Ela se lembra de haver sentido algo que era ao mesmo tempo desejo e repulsa. Ele era mais um ser desprezível, reles, imaginando-se digno de ser devorado por uma leoa. Ela se lembra dele, em pé na escadaria do metrô, vendo-a afastar-se, levando para longe o instante em que sentiu como nunca a excitação de ser uma presa.
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