"A dor nos localiza, o amor nos particulariza, mas o pensamento livre nos despersonaliza, e nos faz viver no grande Todo, mais vasto ainda do que Deus, pois que Deus, como espírito, é oposto à matéria e, como eterno, é oposto ao mundo. Ser um homem, isso é mesquinho; ser homem, está bem; ser o homem, só isso atrai."
"Torna-se a dar assim ao pormenor, ao passageiro, ao temporário, ao insignificante, a beleza e a nobreza. Dignifica-se, santifica-se e mais mesquinha das ocupações. Tem-se assim o sentimento de pagar o seu tributo à obra universal, à vontade eterna. Reconciliamo-nos com a vida e cessamos de temer a morte. Estamos na ordem e na paz."
"Por que seria o indivíduo indestrutível, quando a espécie humana é perecível, quando a sua aparição não é mais do que um episódio da história de um planeta de forma alguma eterno? A existência fora do espaço, a existência fora do tempo são-nos conhecidas apenas por intuições do espírito."
(De Diário íntimo, tradução de Mário Ferreira dos Santos, publicado pela É Realizações.)
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