"Para os filhos, pela primeira vez o fim do mundo.
Para o gato, novo dono.
Para a cachorra, nova dona.
Para os móveis, escadas, rangidos, leva ou não leva.
Para a parede, quadrados brancos depois de retirados os quadros.
Para os vizinhos do térreo, um assunto, uma pausa no tédio.
Para o carro, seria melhor se fossem dois.
Para os romances, poesia - está bom, leve o que quiser.
Pior no caso da enciclopédia e do vídeo
e também daquele manual de redação
onde talvez haja regras de uso de dois nomes
se os ligar ainda com a conjunção "e"
ou os separar com ponto final."
(De Um amor feliz, tradução de Regina Przybycien, Companhia das Letras.)
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