"Boca de fonte, oh boca generosa,
dizendo sem cessar a mesma água pura.
Máscara de mármore em face da figura
fluente da água. E entre esta boca e a fonte,
os aquedutos de onde vem. De longe,
contornando túmulos e montes de Apenino,
colhes neles o canto que aqui, límpido,
escorre de teu queixo enegrecido
na calha aberta. É surdo o ouvido
de mármore, onde sonora e em vão
murmuras incessante...
Ouvido da terra. A água fala então
só a si mesma? Se lhe interpõem
Uma vasilha, para de falar."
(Tradução de Ferreira Gullar, O prazer do poema, publicado pela Edições de Janeiro.)
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