"Cláudia caminhava pela primeira vez sem destino. Seguiu o cheiro e o som até encontrar o mar inteiro diante dela, um azul imenso, duro e dócil, que transformava a luz numa outra coisa mais forte e escura. Não soube quantas horas ficou sentada naquela rocha, porque subitamente o tempo aparecera para apagar os traços domésticos da existência. Perdeu o domínio do mundo e sentiu-se embriagada por um riso estranho, interior, que não tinha qualquer relação com o seu velho hábito de rir."
(De A instrução dos amantes, publicação da Planeta.)
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