"E o corpo sem vida esfria na cama de hotel; sem sentir o beijo dela, rasgado da sua alma e enviado aos lábios como um ato final, para levar a termo as horas que passou na janela, olhando para os olhos mortos fixos no teto e para ensinar a ela um modo de tocá-lo além do ato de fechar seus olhos; sem ver os olhos dela, a princípio úmidos, depois secando e ficando secos, mesmo quando os soluços começam a subir do peito, para se perder no vozerio do cassino quando ela sai do hotel; sem ter consciência da cama dela, da verdade da sua vida, que com passo vago segue para seu apartamento. Sera tira a roupa, escova os dentes e fica deitada, acordada, no escuro."
(Tradução de Aulyde Soares Rodrigues, Ediouro.)
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