Tenho vergonha de me dizer poeta e, quando me digo, me desdigo um minuto depois. Sou um poeta daqueles que antigamente se vendiam às grosas e às baciadas, ou enfiados como brinde nos bolsos da freguesia. Talvez tenha ainda, se tanto, algum valor sentimental. Às vezes alguém da Globo me procura atrás de informações para uma daquelas novelas das sete e me pergunta, aproveitando a gasolina, se por acaso não tenho um abajur de época ou um par de galochas.
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