Pelo que diz toda a gente
E pelo que aprendi eu,
É infeliz todo vivente,
Feliz é só quem morreu.
A antiga lei ainda vige,
Injusta, disparatada:
Dos vivos tudo se exige,
Dos mortos, contudo, nada.
Se dos vivos recusamos
A métrica, o tom, a rima,
Dos mortos tudo é obra-prima.
Se só os mortos amamos,
Nosso conforto é saber:
Todo vivo há de morrer.
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