O velhote sonha que, chamado a dar uma aula no palácio, é levado diretamente aos aposentos da rainha. A rainha. Por que não tinham dito a ele? Deitada na cama, ela não tem nada no corpo além de um caderno no ventre e um lápis na boca. Está claro que não lhe interessam os conhecimentos gramaticais que ele se gaba de ter. A rainha dá uma última mordidinha no lápis e o convida, com um sorriso: vem. Abandonado pelas vírgulas e pelas crases, ele suspira e, temendo não responder satisfatoriamente, pergunta-se intimamente: afinal, sou ou não sou um homem?
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