A condessa não me insultava com palavras. Feria-me com o desdém. Depois de cada um de nossos encontros furtivos, ela me encarava como se tivéssemos participado de um joguinho de cartas. Eu sentia que nos lábios dela se formavam palavras que ela nunca chegou a pronunciar. Preferiria que ela as tivesse dito. Ah, condessa, eu, que a venho pintando em cores tão depreciativas e rancorosas, admito: fui, sim, fraco, frouxo, inútil. Não acreditava, e não acredito até hoje, que merecesse desfrutar tanta beleza.
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