"Quem jamais deixou de ter a sua paisagem,
A rua torta da aldeia, a casa em meio às árvores,
Tudo perto da igreja? Ou então a taciturna casa de cidade,
A de colunas coríntias, ou então
O pequeno apartamento proletário, mesmo assim
Um centro, um bar, em que aquelas duas ou três coisas
Que a um homem podem ocorrer, vão ocorrer de fato.
Quem não pode traçar o mapa de sua própria vida, sombrear
A pequena estação onde se encontra com a amada
E diz-lhe adeus continuamente, assinala o ponto
Onde foi primeiramente encontrado o cadáver da felicidade?
Uma vagabunda ignota? Uma ricaça?
Com um passado bem sepulto: e quando a verdade,
Na verdade a respeito da felicidade nossa vem à luz,
O quanto não devia ela à chantagem e aos namoricos.
O que vem depois é o de costume.
De acordo com o plano:
O conflito entre o bom-senso distrital
E a intuição, esse amador exasperante
Que sempre chega ao local por acaso antes de nós.
Tudo conforme ao plano, quer as mentiras, quer a confissão,
Até a emocionante caçada final, e a morte.
Todavia, na derradeira página, uma dúvida insistente:
E o veredicto, foi justo? os nervos do juiz,
Aquela pista, os protestos da assistência,
E o nosso próprio sorriso... ora, pois sim...
Mas o tempo é o culpado sempre. Alguém tem de pagar
Pela morte da felicidade, a nossa própria felicidade."
(Tradução de José Paulo Paes e João Moura Jr.)
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