"Eu ando alheio, há muito, ao que se passa
sob a miséria e os torvelinhos da rua:
desconheço o clamor da população
e a vaidade, que em tudo tumultua.
Vivo do seu amor, da sua graça,
e adoro, sob a névoa que flutua,
através da cortina e da vidraça,
a palidez romântica da lua.
Em cada riso, em cada olhar, em cada
anseio que de ti me vem, querida,
sinto que cada vez és mais amada.
E assim, longe do mundo, refletida
tua alma na minh'alma, és alvorada
cantando o poema esplêndido da vida."
- Difícil achar algo desse poeta santista, ora citado como romântico, ora como parnasiano. No segundo verso - "sob a miséria e os torvelinhos da rua" -, o decassílabo imperfeito chama a atenção (provavelmente um descuido da edição). Se alguém souber algo sobre isso, será bem-vinda uma nota.
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