Num de meus primeiros dias de trabalho, a condessa, depois de tomar café, enquanto eu tirava a mesa, entregou-se a uma atividade curiosa, que seria mais apropriada a uma menina. Enfiava no açucareiro o dedo e o lambia meticulosamente. Tentei manter-me discreto, mas ela notou minha inquietação. "Quer?", perguntou. "Quer?", repetiu, oferecendo-me o dedo. Deus e os costumes conservadores de minha família fizeram de mim um covarde. Como eu lastimei isso nesse dia. Vieram outros, nos quais não me saí tão mal. Mas nunca mais ela me ofereceu o dedo açucarado. A lembrança desse episódio me enche ainda de vergonha e de desejo.
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