Sonetos, quem irá hoje fazê-los
Como os outrora feitos por Camões,
Com as mesmas chamas e fulgurações,
Com o mesmo apuro e com tamanhos zelos?
Quem poderia agora revivê-los
Com os mesmos brilhos e cintilações?
São outros tempos, outras situações,
Ninguém mais hoje quer reconhecê-los.
O que outrora foi vívido e pulsante
Hoje soa monótono e maçante,
O que fez viver faz-nos bocejar.
Se sete anos Jacó se consumiu
E de Raquel a mão não conseguiu,
Que em outra freguesia vá chorar.
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