Não tenho cachorro. Nos poucos dias em que ainda saio para caminhar, levo minha tristeza. Amáveis, os vizinhos me perguntam como vai ela. Respondo-lhes que bem, mas eles sempre acham que ela está magrinha e trôpega. Posso ser indelicado e dizer-lhes que a uma tristeza convém estar exatamente assim, mirrada e carente como uma órfã esperando o pão da caridade no largo da Misericórdia?
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