Só depois
De longe, ele olha para a mulher, para o seu corpo grande, majestoso. Ele gostaria de abraçá-la, não por luxúria, mas pelo aconchego, pelo calor que adivinha haver nos seus braços. Ficaria abraçado a ela por muito, muito tempo. E só depois, se não conseguisse conter-se, começaria a mover as mãos e os lábios. Só depois, como agora acontece, quando imagina tudo, deixaria mexer-se a sua calça, como se um bicho ansioso se esforçasse para escapar pelos botões. Mas seria carinhoso todo o tempo, porque é de carinho que precisa, mais do que tudo, e é carinho o que ele mais tem para dar.
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