Um daqueles textos sob suspeita
Conhecem-se há um mês e ele há alguns dias vem tentando beijar-lhe a nuca, mas toda vez ela dá sinais, até ríspidos, de que não quer. Já foram três vezes ao motel, já se exercitaram em amplo repertório, mas, quando ele aproxima os lábios das orelhas dela, ensaiando fazê-los escorregar para a nuca, ela os afasta. Talvez imagine que beijar a nuca seja um pretexto dele para, dali, conquistar um pouco mais de território nas suas costas, e não só para a boca. Mas ele nem pensa nisso. Quer só, porque para ele seria o prazer máximo, levantar os cabelos dela e beijar-lhe a penugem que supõe haver debaixo deles, fina como ouro em pó.
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