Com a mão na beleza
Falar-lhe de um povo antigo, do século IV ou V a.C., de alguma Mesopotâmia, que, versado na arte da onfalomancia, tivesse também o dom de antever o futuro pela observação e pelo toque dos encaracolados pelos que enfeitam e guardam a entrada do mais precioso tesouro feminino. Interessá-la de tal forma que ela se disponha, como as mulheres daquele tempo, a deixar-se observar nua em horas diversas, sob o sol. Depois de alguns dias, dez pelo menos, quando ela já não fizer perguntas sobre os resultados, continuar a contemplar os fios e a tocá-los. Com a beleza diante dos olhos e das mãos, quem há de se ocupar com o futuro?
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