quarta-feira, 1 de maio de 2019
Mais do mesmo
Ela se reacomoda rapidamente debaixo dele e pede mais, mais. O que ela pensa que ele é? Uma máquina de sexo? Está para dizer isso a ela e escorregar para fora da cama, quando seu espicaçado orgulho de macho lhe devolve as forças. Sim, ele é uma máquina sexual, e vai perfurá-la, vai obrigá-la a suplicar que pare. Aprofunda e acelera os movimentos, e a cama, e o colchão, e o estrado gemem. Também ele geme, morde o lábio, uiva, e continua, e continua. Ela geme também, e implora à máquina que não pare: mais, mais, mais, muito, isso, tudo, m-a-i-s. E agora também a máquina geme, uiva, guincha. Não podem ser da cama, nem do colchão, nem do estrado, nem dela, nem dele, esses sons. A máquina sexual sacode o quarto, o motel, o quarteirão, a cidade: 4 graus na escala Richter.
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