Que não ousem se fazer sentir
Pousar a mão naquele tufo ruivo e guardá-lo de outras mãos. Protegê-lo como se seus fios fossem, como realmente são, um avatar da natureza. Pousar a mão ali e proibir aos dedos que ousem se fazer sentir. Que não se mexam, como se não existissem. Que só a mão fique pousada ali, sem peso. Que tudo seja como se um trigal tivesse convencido o vento a não soprar. Que a mão descanse ali, até o venturoso dia em que talvez o tufo a atraia mais para baixo, mais para dentro.
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