Cantando embaixo do chuveiro, Lia
Fez o seu dedo médio deslizar
Impudente, macio, devagar,
No tufo que a água, lânguida, lambia.
Acompanhando a mão, que vinha e que ia,
Sentindo já o ventre se eriçar,
Parou subitamente de cantar:
A letra da canção já lhe fugia.
Agora apenas concentrada em não
Pensar em nada que não fosse a mão,
Que mais ao fundo já se aventurava,
Um nome murmurou, e o repetiu,
E de tanto dizê-lo enfim sentiu
Que ao prazer todo o corpo se entregava.
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