sexta-feira, 1 de maio de 2020
A mulher no casarão
Esta madrugada sonhou que, atraído por uma mulher majestosa, a seguiu por uma infinidade de ruas, espicaçado por um desejo agudo e crescente, até que, diante de um casarão esplendidamente iluminado, ela entrou e o convidou a entrar também, o que ele teria feito se não o impedisse um porteiro musculoso que lhe exigiu a senha. Senha?, ele estranhou, enquanto a mulher sumia para dentro do casarão. A senha, insistiu o porteiro, acrescentando: sinônimo de prostíbulo, com sete letras. Ele arriscou: puteiro. Então o porteiro o empurrou, gargalhando: lupanar. Derrotado, ele recolheu o desejo e começou a se afastar. De longe viu a mulher majestosa debruçada numa janela do primeiro andar da imensa casa de palavras cruzadas.
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