O poeta concretista entrou, ajeitou o microfone, abriu o livro e anunciou: "Vou ler para vocês meu poema intitulado Pedra." Reuniu fôlego, então, assumiu um ar cerimonioso e disse: "Pedra." Imaginando que ele tivesse repetido o título, os espectadores ficaram esperando o poema. Passaram-se dez segundos, quinze, vinte. Quando o silêncio chegou a trinta segundos, alguém finalmente compreendeu que era um poema de uma só palavra, igual à do título, e aplaudiu, sendo imediatamente seguido pelo restante da plateia. O poeta fechou o livro. Não disse nada, mas a todos pareceu que agradecia.
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