Quando o modernismo começou a abalar as estruturas poéticas, o velho parnasiano foi tentado a fazer uma autorrevisão, se não na parte formal, ao menos no conteúdo. Essa tentativa durou uma tarde e catorze versos: um soneto que exaltava o garbo com que um cisne flutuava não em um lago, mas numa piscina. A mulher do poeta, que, como sempre, foi a primeira leitora, nesse dia foi a única. Rasgando o soneto em quatro, ela disse: "É melhor parar por aqui, Cleonte. Desse jeito, no próximo você vai acabar inventando um cisne motorizado."
Nenhum comentário:
Postar um comentário