Sou um daqueles atores
que nunca sabem
se estão certos ou errados
em seu modo de atuar.
Quando a cena final chegar
e eu precisar simplesmente
fechar os olhos
e parar de respirar
tenho receio de fazer uma burrada
que leve os outros atores a guardar
os lenços já empunhados
e obrigue o diretor a bradar
ah não de novo
e faça a peça voltar
àquela parte em que a cortina se abre
e o figurão de roupa escarlate
com sua voz mentolada
surge para anunciar
com desfaçatez e alvissareiro
que era uma vez.
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