Na manhã em que não encontrou na mesa da cozinha o bilhete diário no qual já por um ano a mulher, antes de ir para o seu trabalho de enfermeira, o chamava de inútil, vagabundo e mais os adjetivos que ia tirando de uma inspiração inesgotável, ele sorriu. Finalmente ela havia se cansado. Depois de tomar o café, ficou tentando decidir se iria passear no parque ou ficar em casa vendo tevê. A caminho do banheiro, passou pelo quarto em que fazia um ano a mulher dormia só e a viu no chão. Na cama, um vidro de pílulas vazio e um bilhete: "Me perdoe por tudo."
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