Acreditamos em tudo o que as enormes letras dizem sobre o amor e estranhamos que letras ainda maiores não o louvem e não o proclamem, e o bebemos em goles gulosos, e o sentimos na exaltação de todos os sentidos, e o vivemos como se fosse a única forma de viver, e somente quando estamos definhando e morrendo por vivê-lo é que vamos ler, com os nossos olhos cansados e úmidos, o que dizem as letrinhas sobre as contraindicações, e mesmo depois disso não o amaldiçoamos, não o execramos e, cegos ainda por seu sortilégio, balbuciamos, com nossa voz de vítimas, palavras que fazem soar essa maldição e essa execração como se fossem a maior de todas as bênçãos.
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