Talvez já não te lembres, como eu lembro, se era fria a manhã, se havia sol ou se chovia. Talvez não te lembres, como eu lembro, se era segunda ou terça, se era quarta ou sexta, e se eu estava solene ou com a minha cara de besta. Talvez te lembres, ou provavelmente não. E o dia virá em que não te lembrarás, como eu lembro, se era janeiro ou fevereiro, se era novembro ou dezembro, se verão era ou se primavera. E também virá o dia, se já não veio, em que nem o ano lembrarás, como eu lembro. Só terás certeza, se a tiveres, de que foi algo longínquo, algo que aconteceu, se aconteceu mesmo, muito tempo atrás.
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