Os dedos dos pés dela, assim como tantos, não sabem que nomes têm, porque deles não costumam ocupar-se nem as pessoas nem a literatura. Eles sabem apenas que não são polegares, indicadores, médios, anulares e mínimos, e isso lhes provoca um sentimento de inferioridade, agravado por estarem quase sempre cobertos, como se ocultá-los fosse uma obrigação. Repugna-lhes também que, quando ela se lembra deles e os acaricia, geralmente no banho, é às detestáveis e presunçosas mãos que recorre.
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