Ah, como seria mais simpática a morte se os parentes e os amigos não vestissem aquelas roupas ridiculamente solenes, se os colares, os braceletes, os casacos felpudos e os penteados fúnebres fossem deixados em casa pelas mulheres e se o bando de crianças pudesse correr em volta do caixão e, sem medo da cara feia do defunto, roubar-lhe umas flores e iniciar uma guerra que fizesse voar pétalas para todos os lados.
Eu gostaria muito que a morte no Brasil fosse menos triste. No México temos o Dia dos Mortos, onde todos vão ao cemitério comer e dançar com os que já se foram, em Nova Orleans uma banda de jazz ou zydeco vai acompanhando o caixão... Eu gostaria muito que meu funeral fosse musical, que as pessoas ficassem felizes. Gostaria muito que enquanto estivessem baixando meu caixão, que tocassem Carmina Burana, que é para que eu fosse embora bem cinematograficamente.
ResponderExcluirAinda assim, como acho que vou ser cremada ou ser eterna, não sei se nada disso poderá ser feito. Vamos ver o que acontece até lá.
Pois é, gostei dessa de Nova Orleans. Conheci, no bairro do Cambuci, três carpideiras (profissionais) portuguesas que choravam como três Tejos. Jesus! Envergonhavam sempre os parentes do defunto, que não conseguiam acompanhar o pique delas...
ResponderExcluirHahaha... Carpideira é uma tradição muito curiosa. Gostaria de ter conhecido alguma, só para saber como é que elas conseguem consumar o fato. Ser ator é uma coisa, mas choradora profissional é outra completamente diferente.
ResponderExcluirOs portugueses são estranhos. Gosto muito deles e do país, mas o povo é estranho mesmo. Não me admira que o Brasil deu no que deu. Não estou reclamando, não. Só acho engraçado.