Pegou o papel, a caneta e começou a escrever sua despedida. No meio do texto, por ter certo apego a questões de estilo, resolveu trocar tormento (que fazia eco a um sofrimento da linha de cima) por suplício. Para evitar a rasura, foi apanhar outra folha e, nesse instante, cessou o som do violino que, chegando do apartamento ao lado, o incitara ao suicídio. Parado na sala, ele encheu de lágrimas a folha nova, isenta de queixas e declarações, sem saber por que chorava, mas sentindo vagamente que talvez fosse por haver traído o violino.
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