Como um botão ou uma agulha, o amor estava na travessa de vidro, na mesa da sala. Alguém o deixara ali, imaginando que viesse a ter utilidade, e ali ele ficou por meses, quem sabe anos. Várias mãos se aproximavam dele diariamente e às vezes uma o erguia e o examinava, hesitando entre jogá-lo fora e mantê-lo. Ele foi ficando. Um dia, quem lá o pusera o apanhou, olhou-o e abanou a cabeça: "Quem será que pôs isto aqui? Para que serve isto?" E foi lançá-lo ao lixo.
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