Como pássaros
as mãos se acenaram
Não sabiam ainda
mas era o último aceno
Os passos também ignoravam
e soando exatamente como
haviam soado no primeiro dia
levaram a mulher
para um lado
e o homem para o outro
lado da galeria
Pobres mãos
pobres pés
tão distantes das bocas
e dos seus segredos
tão longe dos lábios
que tinham se dito
tantas palavras amáveis
tantos e tantos dias
e agora tinham só
aquele sorriso frouxo
talvez de ressentimento
talvez de mágoa
de alívio talvez
um sorriso de tudo
menos de amor
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