Como um bêbedo em recuperação, ele, desde o rompimento, conta os dias, as horas e os minutos em que não vê a amada e nem com ela se comunica. Sonha com ela às vezes e, quando acorda, recrimina-se pela alegria que o sonho lhe dá e imediatamente se recompõe em sua obstinação. Durante o dia, quando anda pelo centro da cidade, muda de calçada ora aqui, ora ali, para se esquivar de certas lembranças, e, em casa, não passa nunca a menos de um metro de determinada gaveta. O plano vai dando certo já há dois dias, três horas e catorze minutos.
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